domingo, 30 de novembro de 2014

O dia em que o cante saltou do Alentejo para a eternidade.


Há 21 meses que trabalhavam na candidatura e ontem foi o dia de ouvir o "sim". Com lágrimas, nervosismo e louvores
"A minha senhora ligou-me logo a dizer que já tinham rebentado os foguetes", diz Carlos Paraíba, ensaiador do grupo coral da Casa do Povo de Serpa, ao telefone, de Paris, horas depois de saber que o cante alentejano já faz parte da lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade. A mulher estava em Serpa, cidade que promoveu a candidatura do género musical. A confirmação chegou ontem, pouco passava das 10.00 (mais uma hora em França). À emoção do momento juntaram-se as lágrimas dos 22 homens que se apresentaram ao Comité Intergovernamental da UNESCO e cantaram Alentejo Alentejopara mais de 100 delegações internacionais. "Estava tudo muito comovido, nas era a chorar de alegria", explica.
Carlos Arruda, 28 anos, lançou a moda, na qualidade de ponto do grupo coral da Casa do Povo de Serpa. "Foi um misto de sentimentos", conta." Orgulho, alegria, sentido de responsabilidade, um pouco de nervosismo...". É um dos mais jovens elementos, e já canta desde os 13 anos, caso raro entre os cantadores.

Ele e a comitiva deveriam voltar a Portugal da mesma maneira que chegaram a Paris na segunda-feira: de autocarro. No entanto, já depois de terem recebido a confirmação da Unesco, a TAP ofereceu a passagem de regresso aos membros do grupo e responsáveis da candidatura. E a primeira atuação aconteceu em Orly antes de embarcar no Voo do Cante, nome dado à viagem. (Diário de Notícias)

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