segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O Livro Vermelho de Mao vai ter uma nova edição.


A publicação da obra tinha praticamente estagnado ainda antes da morte de Mao Zedong.
Não será especialmente pequeno e a capa será apenas parcialmente vermelha, diz o diário britânico Guardian: a nova versão do segundo livro mais editado do mundo, depois da Bíblia, vai aparecer nas prateleiras chinesas numa altura em que a retórica maoísta voltou através de Xi Jinping, Presidente chinês e responsável máximo do Partido Comunista deste país, refere o jornal.
Depois de durante a Revolução Cultural terem circulado cerca de mil milhões de cópias das Citações de Mao Zedong – mais conhecidas como Pequeno Livro Vermelho –, a publicação desta obra tinha praticamente estagnado ainda antes da morte de Mao, em 1976, e não surgiram quaisquer novas edições nos últimos anos. O lançamento desta versão apenas parcialmente vermelha está agora previsto para Novembro, pouco antes do aniversário do nascimento de Mao (26 de Dezembro) e do Natal.

Ainda ao Guardian, o editor desta nova versão, Chen Yu, um coronel da Academia de Ciência Militares chinesa que por dois anos terá trabalhado com uma equipa de 20 profissionais, diz: “Apenas queremos editar o livro, como outros académicos trabalham Confúcio… Não temos objectivos políticos complicados.” (Jornal Público)

terça-feira, 24 de setembro de 2013

António Ramos Rosa (1924-2013), uma vida dedicada à poesia.


Morreu esta segunda-feira em Lisboa, aos 88 anos, o poeta e ensaísta António Ramos Rosa, um dos nomes cimeiros da literatura portuguesa contemporânea, autor de quase uma centena de títulos, de O Grito Claro (1958), a sua célebre obra de estreia, até Em Torno do Imponderável, um belo livro de poemas breves publicado em 2012. Exemplo de uma entrega radical à escrita, como talvez não haja outro na poesia portuguesa contemporânea, Ramos Rosa morreu por volta das 13h30 desta segunda-feira, em consequência de uma infecção respiratória, em Lisboa, no Hospital Egas Moniz.
Além da sua vastíssima obra poética, escreveu livros de ensaios que marcaram sucessivas gerações de leitores de poesia, como Poesia, Liberdade Livre (1962) ou A Poesia Moderna e a Interrogação do Real (1979), traduziu muitos poetas e prosadores estrangeiros, sobretudo de língua francesa, e organizou uma importante antologia de poetas portugueses contemporâneos (a quarta e última série das Líricas Portuguesas). Era ainda um dotado desenhador.
Prémio Pessoa em 1988, António Ramos Rosa, natural de Faro, recebeu ainda quase todos os mais relevantes prémios literários portugueses e vários prémios internacionais, quer como poeta, quer como tradutor.
Já muito fragilizado, o poeta, que estava hospitalizado desde quinta-feira, teve ainda forças para escrever esta manhã os nomes da sua mulher, a escritora Agripina Costa Marques, e da sua filha, Maria Filipe. E depois de Maria Filipe lhe ter sussurrado ao ouvido aquele que se tornou porventura o verso mais emblemático da sua obra — “Estou vivo e escrevo sol” —, o poeta, conta a filha, escreveu-o uma última vez, numa folha de papel. 
Para Pedro Mexia, poeta e crítico, Ramos Rosa mostrou, nomeadamente através das revistas que dirigiu e da primeira fase da sua obra poética, “que era necessário superar a dicotomia fácil entre a poesia ‘social’ e a poesia ‘pura’, e que o trabalho sobre a linguagem não impedia o empenhamento cívico”. Como ensaísta, continua Mexia, Ramos Rosa esteve atento ao panorama europeu e mundial, de René Char a Roberto Juarroz, e aos autores portugueses das últimas décadas, incluindo os novos: “Descobri muitos poetas através de obras como Poesia, Liberdade Livre ou Incisões Oblíquas".

Autor "muitíssimo prolífico", "nunca se afastou do seu caminho pessoal, mesmo quando a abundância e a insistência numa 'poesia sobre a poesia' fizeram com que nos esquecêssemos da sua importância decisiva." (Jornal do Público – 24.09.2013)

domingo, 22 de setembro de 2013

Dizem as apostas que Murakami volta a ser o favorito ao Nobel da Literatura.


Já depois de no passado ter sido apontado como o principal favorito, Haruki Murakami volta a destacar-se na corrida ao Prémio Nobel da Literatura, que deverá ser anunciado em Outubro (a data não foi ainda divulgada). O escritor japonês surge em primeiro na casa de apostas Ladbrokes, seguido da norte-americana Joyce Carol Oates.
Apesar de nem sempre antecipar a escolha da Academia Sueca, que a esta altura ainda não sabe quem será o premiado, o mercado das apostas é um indicador a ter em conta. Aponta, pelo menos, os que maior probabilidade têm a partir de uma lista de cem nomes favoritos. No ano passado, Murakami já ocupava o topo da referida lista, mas o Nobel acabou por ser entregue ao chinês Mo Yan, o n.º 2.

Haruki Murakami, autor de Kafka à Beira-Mar e 1Q84 (edição Casa das Letras), surge como favorito numa altura em que o seu novo livro, Colorless Tsukuru Tazaki and His Years of Pilgrimage, está a ser traduzido para inglês, devendo chegar às lojas no próximo ano. No Japão a obra foi editada em Abril e provocou uma grande correria às livrarias, o que levou a que a editora japonesa optasse por duplicar a tiragem de 500 mil exemplares para um milhão. (Jornal Público)

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Portugueses brilham no maior festival de marionetas.



Duas companhias de teatro de marionetas portuguesas foram distinguidas no maior festival de marionetas do mundo. A 'S.A. Marionetas - Teatro & Bonecos' e a 'Trulé - Investigação de Formas Animadas' venceram dois prémios atribuídos no Wayang World Puppet Carnival 2013, na Indonésia. 
O primeiro grupo conquistou o galardão de melhor espetáculo tradicional de rua, enquanto o segundo obteve o prémio de melhor animação de marionetas naquele que é o maior festival internacional do género e que decorreu ao longo da semana passada, em Jacarta.
"São dois prémios importantíssimos para as marionetas portuguesas. É um grande reconhecimento do trabalho feito numa zona do globo onde o teatro das marionetas é muito forte", diz José Gil, diretor da 'S. A. Marionetas - Teatro & Bonecos', à Lusa.
O Wayang World Puppet Carnival foi organizado pela Associação de Marionetas da Indonésia e pela Fundação Arsari Djojohadikusumo e contou com a participação de 64 grupos de 46 países.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A Viagem do Elefante - Lisboa 14 e 15 de Setembro.


A não perder em 14 e 15 de Setembro, Lisboa, Praça do Município - "A Viagem do Elefante" de Saramago. Espetáculo teatral de rua do Trigo Limpo teatro ACERT em coprodução musical com Flor de Jara (Espanha).
"É preciso recomeçar a viagem. Sempre. O viajante volta já". Lo prometió José Saramago cuando acabó "Viagem a Portugal" que es, además de un libro, una opción de vida y un levantamiento monumental del país que lo vio nacer y que, como un cuerpo amado, recorrió una y mil veces, hasta poco antes de morir, cuando soñó el Camino de Salomón.
Y estamos en ruta. Con un elefante tan grande como los sueños de Saramago, con el mismo ánimo y la misma pasión porque para sostener el mundo se necesitan proyectos que nos muestren humanos y creadores, artífices de un mundo distinto al que nos quieren atar como si fuera una condena.
El elefante, su gente, sus hacedores y amigos nos salvarán del tedio de la inhumanidad y lo harán con los mejores instrumentos: haciendo camino con música y literatura, con palabras, con la imprescindible colaboración y la necesaria amistad.
Siendo esto así ¿Cómo no iba a estar presente la Fundación José Saramago? Es un deber y es un honor compartir viaje, éste que empieza y que no va a acabar porque "É preciso voltar aos passos que foram dados, para os repetir, e para traçar caminhos novos ao lado deles".
Obrigada, amigos de ACERT por dejarnos participar en la aventura de poner huellas al lado de huellas. Con el elefante, con vosotros.
Pilar del Río

domingo, 1 de setembro de 2013

Álbum de família do Padrinho.


Falar de uma oferta irrecusável já é um lugar-comum quando se trata da Máfia e da imagem que o cinema e a televisão dela nos têm dado. Mas se há um momento em que faz todo o sentido usar o lugar-comum é agora, com o lançamento marcado para Setembro do "álbum de família do Padrinho". É mesmo esse o nome do livro de Steve Schapiro, The Godfather Family Album, reunindo cerca de 400 imagens tiradas pelo fotógrafo americano no plateaudos três filmes dirigidos por Francis Ford Coppola a partir do best-seller de Mario Puzo.

Fotógrafo de imprensa com créditos na Vanity Fair ou na Time, Schapiro foi igualmente fotógrafo de plateau em mais de 200 filmes, com as suas imagens a figurarem nos cartazes de Taxi Driver ou O Cowboy da Meia-Noite. Entre esses 200 estiveram os três episódios de O Padrinho, datados respectivamente de 1972, 1974 e 1990, e foi dos arquivos do fotógrafo e da Paramount que vieram as imagens deste álbum, completado por entrevistas e ensaios e editado por Paul Duncan para a prestigiada Taschen. A imagem icónica de Marlon Brando como Don Corleone à secretária, de smoking, no dia do casamento do filho Michael (Al Pacino), faz a capa - mas há muitas mais a descobrir lá dentro, reproduzidas a partir dos negativos originais. (Jornal Público)