A sede da Fundação José Saramago, que abre ao público na quarta-feira, em Lisboa, com uma exposição sobre a vida e obra do Nobel da Literatura, vai ter entrada gratuita até ao final de Junho, anunciou hoje a presidente da entidade.
De acordo com Pilar del Río, a Fundação vai ter entrada livre até ao final do mês e, depois, os portugueses vão pagar um bilhete de três euros, enquanto os estrangeiros pagarão «entre cinco e seis euros», indicou a responsável durante uma visita organizada para jornalistas.
O Nobel da Literatura faleceu há dois anos, a 18 de Junho de 2010, e a Câmara Municipal de Lisboa cedeu a Casa dos Bicos à Fundação José Saramago, presidida pela mulher.
«Vamos viver dos direitos de autor e do nosso trabalho aqui dentro. Não temos qualquer outro apoio oficial e os tempos estão difíceis para conseguir mecenato. Por isso o público vai ter de pagar entrada», justificou.
A Fundação Saramago ficará aberta nos dias úteis das 10:00 às 18:00 horas, e aos sábados das 10h00 às 14h00 horas, e terá uma loja com livros de José Saramago em várias línguas, e artigos com a marca da entidade.
A inauguração oficial da Fundação Saramago está prevista para as 11:30 de quarta-feira, feriado municipal e dia de Santo António, padroeiro de Lisboa.
Abrirá ao público a partir das 14h00, com a exposição permanente ‘A Semente e os Frutos’, com livros que Saramago traduziu, manuscritos, notas pessoais, agendas, recortes de jornais, e os livros do autor, com uma selecção de exemplares em português e edições noutras línguas.
Poesia, crónicas, romances, fotografias que recordam as amizades de Saramago, a natividade cívica e política, a família - os avós da Azinhaga, a quem aludiu no discurso na Suécia, na altura da entrega do Nobel, em 1998 - cobrem as paredes do espaço expositivo.
Também está disponível equipamento de áudio com entrevistas, discursos, e vídeos documentais. No fim da exposição há um espaço onde foi reproduzido o primeiro escritório onde Saramago escreveu, contendo a secretária e outros objectos pessoais, como os óculos e a máquina de escrever.
Fernando Gomez Aguilera, comissário da mostra, é presidente da Fundação César Manrique, e foi também responsável pela exposição ‘José Saramago. A Consistência dos Sonhos’, que esteve patente em Lanzarote em 2007, depois em Lisboa, e fez uma digressão pela América do Sul.
O projecto de remodelação e design de interiores da Casa dos Bicos, edifício do século XVI, é da responsabilidade dos arquitectos João Santa-Rita e Manuel Vicente.
Em Junho do ano passado, as cinzas José Saramago foram depositadas junto a uma oliveira centenária que foi propositadamente plantada junto à Casa dos Bicos.
A oliveira foi transportada da Azinhaga do Ribatejo, aldeia natal de Saramago, e plantada junto ao edifício, porque o escritor se referia a esta árvore no livro.
Lusa/SOL
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