Tati não depositava muita
confiança na capacidade dos adultos para saberem existir livremente. O sopro
anárquico estava reservado para as crianças e para os animais, criaturas que
não reconheciam barreiras. Em O Meu Tio esta ideia surge limpidamente exposta:
os únicos que saltitam alegremente entre os espaços delimitados do “antigo” e
do “moderno” sem ficarem presos em nenhum são um grupo de crianças e uma
matilha. E Hulot, claro, filmado como espécie de “inconsciência” que guardou um
toque de infância e, porque não?, uma medida de animalidade. (Jornal Público –
Ipsilon – 21.Agosto.2015)
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