Ruth
e Alex, Richard Loncraine
É
um daqueles filmes sobre os quais não há muito a dizer e, ainda assim, habita
num crepúsculo de afabilidade. Não mexe com o espetador, mas a sua placidez tem
qualquer coisa de genuíno, na representação de um casal junto há 40 anos no
mesmo apartamento, em Brooklyn. O par, formado pelos respeitados veteranos
Morgan Freeman e Diane Keaton (ela que já nos habituou à presença constante em
comédias pouco relevantes), não representa mais do que isto mesmo: dois atores
de justa química a oferecerem um retrato modesto da vida conjunta, numa relação
de tantos anos.
O
único enredo - muito ligeiro - que faz deter a câmara sobre este quotidiano
morno é a iminência de uma mudança de casa, que coincide com uma ida do cão ao
veterinário, e consequente operação. Coisas pequenas, singelas, sem brilho
narrativo. Um fim de semana pontuado por alguma revisitação do passado, de
recordações desse outro tempo de uma América segregadora, que lhes dificultou a
união - como aquela que se vê em Adivinha Quem Vem Jantar (1967), com
Sidney Poitier, que surge na memória como uma obra a que devemos regressar. (DN
– 7 Abril 2016)
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