Foi
este sábado, pela manhã, que o cacilheiro Trafaria Praia, transformado em
obra de arte pela artista Joana Vasconcelos, partiu rumo a Veneza, para
representar Portugal na bienal de arte deste ano.
Rebocado
por um navio especial, o cacilheiro obra de arte tem como destino final os
Giardini, zona nobre da exposição. O acontecimento teve direito a cerimónia
especial, com um cacilheiro com amigos, convidados e jornalistas a acompanhar o Trafaria
Praia no seu percurso inicial no rio Tejo. Apenas foi possível ver o
exterior do barco, que está previsto que chegue a Veneza a 28 de Maio. O
projecto da artista, em forma de pavilhão flutuante, com intervenção têxtil e
painel de azulejos no interior, representando uma vista panorâmica de Lisboa,
só será revelado na totalidade a 1 de Junho, quando abre ao público a bienal.
O
projecto, com curadoria de Miguel Amado, é apoiado pela Direcção-Geral das
Artes, pela Transtejo, que cedeu o cacilheiro, e por entidades privadas. Em
declarações ao PÚBLICO, Joana Vasconcelos disse que o projecto ainda está em
aberto em termos de financiamentos, referindo que se trata de uma iniciativa
pioneira em muitas dimensões: “Mesmo com o esforço do Estado, que tem pouca
verba, pode-se, com os privados, concluir projectos de grande escala em arte.
Isso acontece internacionalmente, mas aqui não existe essa cultura. Espero que
esta iniciativa seja exemplo para que outros não desistam de concretizar os
seus projectos.”
Esta
manhã, a artista fez questão de se deslocar à localidade da Trafaria, onde foi
recebida pela presidente da junta de freguesia local e por uma centena de
habitantes. Entre os presentes estavam duas dezenas de manifestantes,
envergando camisolas negras, em protesto contra a intenção do Governo,
anunciada em Fevereiro, de construir um terminal de contentores na Trafaria.
(jornal Público)
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