sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Morreu o guitarrista Paco de Lucía.
O
guitarrista de flamenco Paco de Lucía faleceu hoje, aos 66 anos, informaram
fontes da autarquia de Algeciras, na região espanhola de Cádiz, a sua cidade
natal.
As
mesmas fontes explicaram que o guitarrista morreu vítima de um ataque cardíaco
quando se encontrava em Cancún, no México, tendo chegado já sem vida a um
hospital da cidade.
Um
amigo, Victoriano Mera, explicou que De Lúcia estava a brincar com os filhos
numa praia de Cancún, cidade onde tinha uma casa, quando se começou a sentir
indisposto.
José
Ignacio Landaluce, alcaide de Algeciras, declarou já que a morte de Paco de
Lucía é "uma perda irreparável para o mundo da cultura e para a
Andaluzia". A autarquia deverá decretar o luto oficial.
A
família do artista está atualmente a organizar o translado dos restos mortais
do guitarrista para a sua terra natal.
Nascido
em dezembro de 1947 em Algeciras e considerado um dos maiores guitarristas da
história contemporânea, Paco de Lucía foi galardoado com o Prémio Príncipe das
Astúrias 2004. (DN – 26.02.2014)
Paco
era o mais novo de cinco irmãos, filhos do também guitarrista de flamenco Antonio
Sánchez. Os seus irmãos Pepe de Lucía e Ramón de Algecirastambém
são músicos de flamenco; Pepe é cantor e Ramón é também guitarrista.
Em Algeciras, e de uma forma geral na maior parte da Andaluzia, é
costume os rapazes adoptarem o nome da mãe por forma a serem corretamente
identificados como por exemplo "Paco de (la) Carmen," ou "Paco
de (la) María," deste modo, o seu nome artístico foi adotado em honra de
sua mãe Luzia, de origem portuguesa, que por sua vez adotou o nome de Lucía
Gomes. Foi com seu pai e seu irmão Ramón que aprendeu a tocar guitarra.
Em 1958,
com apenas onze anos de idade, fez a sua primeira aparição pública na Rádio
Algeciras, e no ano seguinte recebeu um prémio especial numa competição de
flamenco em Jerez de la Frontera, acompanhado pelo seu irmão Pepe num duo
que se chamava Los chiquitos de Algecira. Como consequência desse êxito
entrou para a trupe de José Greco em 1961, com o qual realizou
uma digressão.
Entre 1968 e 1977 participou
de uma frutuosa colaboração com Camarón de la Isla, outro músico inovador
do novo flamenco; juntos gravaram nove álbuns.
Em 1991 gravou
o Concierto de Aranjuez de Joaquin Rodrigo com a Orquestra
de Cadaques. O autor, presente nas gravações, teria dito que nunca ninguém
tinha tocado a sua peça com tanta paixão e intensidade como Paco de Lucía.
Faleceu
em 26 de fevereiro de 2014 no México, onde residia. (Wikipédia)
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
"Os mais frágeis têm de ser protegidos, e não largados à sua sorte"
É
escritor, alentejano de gema, e de alma. José Luís Peixoto é um alentejano
irrequieto e falador, à procura de um lugar no mundo. José Saramago disse dele:
"É um homem que sabe escrever". Escreve a vida. Escreve todos os
dias. É obsessivo neste processo. O que o move? O Amor. Discorda de forma radical
com a forma como o governo vê a sociedade. "Os mais frágeis têm de ser
protegidos, e não largados à sua sorte", diz. "Conversas com
Vida" de 7 de Fevereiro de 2014.
Retirado
de: http://videos.sapo.pt/uHpzMl7IDUcOctm0uVfL
domingo, 16 de fevereiro de 2014
As fotografias vencedoras do World Press Photo 2014.
A
organização do mais importante concurso de fotojornalismo do mundo, o
World Press Photo, divulgou os trabalhos vencedores. Uma imagem
do norte-americano John Stanmeyer foi a escolhida para o Grande Prémio de
2013. É uma fotografia que mostra um grupo de emigrantes africanos que, de
telemóveis erguidos para o céu e à luz da lua, tentam a partir da costa do
Djibuti encontrar a rede somali mais barata para poderem falar com os seus
familiares. (Jornal Público)
Questões
Actuais, 1º prémio (estórias). Discussão entre Shane e Maggie enquanto a filha
entra na cozinha, Lancaster. EUA
SARA
NAOMI LEWKOWICZ/TIME
Notícias,
1º prémio (fotografia única). Centro de refugiados sírios, em Sofia, Bulgária
ALESSANDRO
PENSO/ONOFF PICTURES
World Press Photo of
the Year, Questões Actuais, 1º prémio (fotografia única). Grupo de imigrantes
africanos que, a partir da costa do Djibuti, tentam encontrar a rede somali
mais barata para falarem com os seus familiares
JOHN STANMEYER/VII FOR
NATIONAL GEOGRAPHIC
Retrato, 1º prémio. Mulher desanimada depois de
não conseguir ver o corpo de Nelson Mandela, em Pretória, África do Sul
MARKUS SCHREIBER/THE ASSOCIATED PRESS
Retrato,
1º prémio. Rapazes albinos cegos numa escola, Índia
BRENT
STIRTON/GETTY IMAGES
Notícias,
1º prémio (fotografia única). Sobreviventes do tufão Haiyan, durante uma
procissão em Tolosa, ilha de Leyte, Filipinas
PHILIPPE
LOPEZ/AGENCE FRANCE-PRESSE
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
O perdão de Filomena.
"Filomena"
conta uma história real. Conta muitas coisas. De dois mundos em coabitação
fugaz - o do jornalista e assessor político retirado sem glória, que se prepara
para escrever um livro sobre a história da Rússia, e duma simples mulher do
povo, com gostos literários mais prosaicos. Do amor e da perda dum filho. Da
culpa e das pazes que queremos fazer com a nossa própria história quando o fim
se aproxima. Mas "Filomena" fala, antes de tudo, de um conflito moral
fundamental nas nossas vidas. A partir duma história de abuso de que a Igreja
Católica em geral e a Igreja irlandesa em particular está cheia.
Filomena
engravidou sem ser casada. Na conservadoríssima Irlanda de 1952. Coberto da
vergonha que o julgamento social impunha, um pai que amava mais a sua imagem do
que a sua filha, entregou-a a um convento. Por lá pariu e trabalhou durante
quatro anos para pagar as despesas. O seu filho foi, como os filhos de todas as
jovens mães que ali estavam, entregue para adopção famílias abastadas que
compraram as crianças. Sem a sua autorização, claro. Ou seja, o seu filho
foi-lhe roubado. O resto não conto, para não estragar.
Apesar
de nunca me deixar de sentir esmagado pela crueldade que o conservadorismo
extremo carrega em si, não me preparo para um manifesto anticlerical. De crimes
estão cheios todos os templos, mas também todas instituições de poder. Ainda
mais uma instituição milenar. Ainda mais uma instituição que, por natureza,
escapa ao escrutínio público. Ainda mais uma instituição que exige obediência e
se move no território da fé.
"Filomena"
fala duma coisa muito mais interessante do que qualquer julgamento histórico
duma instituição demasiado grande para caber num só texto. Fala do confronto
entre o sofrimento extremo de um individuo e a vontade e preservar uma
instituição que o explica como pessoa. Como julgar os que moldaram o que somos
pode ser ainda mais violento do que nos julgarmos a nós próprios. Na realidade,
pode ser exatamente a mesma coisa. Por isso compreendo tão bem aqueles que,
chegados ao fim da vida, se recusam a negar tudo aquilo em que acreditaram e
todas as instituições a que pertenceram, por mais evidente que tenham sido os
seus erros. Pedir que neguemos toda a sua vida é exigir demais a quem é apenas
humano.
Pelo
menos esta é a parte do filme de Stephen Frears que mais me interessa. Porque
retira à obediência a visão simplista de quem pensa que ela resulta apenas da
anulação do indivíduo. Como se o lugar de onde vimos e onde estivemos não
fizesse parte da nossa individualidade. Ainda mais quando essa obediência, que
nos faz ser injustos connosco mesmos, não resulta do medo e da coação, mas do
sentimento de pertença e de dever. É um conflito tramado que a personagem do
filho biológico, gay republicano que, com SIDA, trabalha convictamente com o
governo que recusa investir no combate à doença. A vida está cheia de
contradições.
Filomena
existiu. E chama-se mesmo Filomena. E divide a sua história com milhares de
outras mães que foram exploradas e roubadas na sua maternidade pela Igreja
irlandesa. Mas o mais interessante desta história é a dificuldade que Filomena
tem em culpar as freiras que foram as suas carrascas. E ainda mais a Igreja de
que ela própria faz parte. Uma dificuldade incompreensível para o cínico,
agnóstico e desiludido (ex-correspondente da BBC, ex- católico) Martin Sixsmit
(autor do livro em que se baseia este filme).
Há,
em Filomena, uma fronteira ténue entre a resignação e a capacidade de perdoar.
Há, em Martin, uma fronteira ténue entre o sentido de justiça e a amargura.
Martin não pode compreender Filomena. Ele não pertence a nada. Na realidade,
ele não acredita em grande coisa. Filomena não pode compreender Martin. Afinal
de contas, ela foi privada, desde muito cedo, da mais elementar noção de
justiça.
No
fim, lá as coisas equilíbram-se. Ele compreende a necessidade pessoal de
perdoar, ela compreende a necessidade pessoal de denunciar. E, não sendo o
filme da minha vida, a qualidade de "Filomena" é essa amenidade das
personagens. A suavidade dos seus sofrimentos e julgamentos. Ele decide que não
explorará de novo Filomena, não escrevendo sobre a história. Mas ela opta por
uma justiça salomónica: perdoa as freiras (não poderia encontrar maior castigo
contra quem apregoa o "perdão" sem nunca o ter experimentado), mas
quer que a verdade se saiba. Tudo ao contrário de grande parte da história da
Igreja Católica, no que toca aos seus pecados e aos dos outros. Ainda assim, um
final absolutamente cristão. Que até o agnóstico Martin, de quem obviamente me
sinto mais próximo, compreende.
sábado, 8 de fevereiro de 2014
Escritórios da Columbia TriStar Warner Filmes de Portugal vão encerrar.
É
oficial, a distribuidora da Sony Pictures e da Warner vai fechar. Ainda não se
sabe quem vai passar a distribuir os filmes dos dois estúdios americanos.
Os
escritórios da Columbia TriStar Warner Filmes de Portugal (CTW) vão fechar no
dia 31 de Março, revelou hoje a empresa em comunicado à imprensa. A CTW era a
responsável pela distribuição dos filmes da Warner Bros. e da Sony Pictures
Entertainment.
Uma
fonte da empresa revelou ao PÚBLICO que, para a Columbia Pictures, a empresa
portuguesa não apresentava níveis de rentabilidade satisfatórios devido à
quebra que houve no mercado nacional. E segundo a agência Lusa o encerramento
do escritório leva ao despedimento de 14 trabalhadores.
Os
últimos filmes a ser lançados pela CTW vão ser o Winter’s Tale – Uma História
de Amor, com estreia agendada para 13 de Fevereiro, o filme de animação Lego, a
27, e 300: O Início de um Império.
Assim,
O Fantástico Homem-Aranha 2: O Poder de Electro, que vai estrear a 17 de Abril
e que se espera venha a ser o grande lançamento da produtora para este ano, já
não vai ser distribuído pela empresa portuguesa que era a segunda maior
distribuidora a operar no mercado português.
A
empresa, que em 2013 distribuiu 24 filmes, teve cerca de dois milhões de
espetadores (uma quebra de 7,2 por cento em relação a 2012) e 11,8 milhões de
euros de receita bruta de bilheteira (perdas de 6,5 por cento comparando com
2012) segundo dados recentes do Instituto do Cinema e Audiovisual, divulgados
pela agência Lusa.
Sabe-se
que a Sony Pictures tem vindo a reduzir o número de filmes lançados.
Questionada sobre a possibilidade de a multinacional estar a atravessar uma
crise, a mesma fonte da CTW revelou ao PÚBLICO que a Sony, onde está inserida a
Sony Pictures, está à procura de optimizar soluções na gestão e irá despedir
5.000 trabalhadores, o que provavelmente também acabou por se reflectir em
Portugal.
Ainda não foi revelado oficialmente quem vai passar a representar os estúdios da Warner Bros. e da Sony Pictures, no entanto, a mesma fonte garantiu que essa informação será revelada muito em breve.
Ainda não foi revelado oficialmente quem vai passar a representar os estúdios da Warner Bros. e da Sony Pictures, no entanto, a mesma fonte garantiu que essa informação será revelada muito em breve.
O PÚBLICO tentou contactar a ZON Optimus, que se
suspeita ser quem vai passar a distribuir os filmes que eram da
responsabilidade CTW desde 1982, no entanto o grupo empresarial disse que não
iria comentar o assunto.
Nota: Mais uma "machadada" no cinema e nos trabalhadores. O capital não pode perder...
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Christie's cancela leilão da colecção Miró.
A
leiloeira Christie's anunciou esta tarde em comunicado que retirou as 85 obras
de Joan Miró da colecção do Banco Português de Negócios do leilão que estava
marcado para se iniciar esta noite.
"A
venda da colecção dos 85 trabalhos de Joan Miró foi cancelada como resultado da
disputa no tribunal português, do qual a Christie’s não é parte interessada”,
escreve Matthew Paton, director de comunicação da leiloeira, no comunicado
enviado ao PÚBLICO, explicando que apesar de o tribunal não ter impedido a
venda desta noite, “as incertezas legais criadas por esta disputada significam
que não somos capazes de oferecer com segurança estes trabalhos para venda”.
Na
mesma nota, Matthew Paton explica que a Christie’s “tem a responsabilidade” de
oferecer aos seus clientes as condições máximas de segurança nas transacções, o
que significa que tanto a leiloeira como os interessados em comprar as obras
“têm de ter a certeza legal que as podem transferir sem problema”.
“Uma
vez que a decisão do tribunal questiona isto nesta altura, a Christie’s é
obrigada a retirar as obras da venda”, escreve ainda o responsável da
leiloeira, esperando que “as partes nesta disputa consigam resolver as suas
diferenças no devido tempo”.
O
Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa decidiu esta terça-feira de manhã
que o leilão, marcado desde Novembro de 2013, se poderia realizar, admitindo no
entanto que parte dos procedimentos legais a que a Lei de Bases do Património
Cultural obriga não tinham sido cumpridos. As obras viajaram inclusive
ilegalmente para Londres, onde estão expostas, não tendo nunca a Direcção-Geral
do Património Cultural autorizado a sua saída. São estas as questões legais
levantas nestes últimos dois dias que levaram a que a leiloeira retirasse as
obras.
Lê-se
no acórdão do tribunal que a “expedição das obras é manifestamente ilegal”, não
sendo “necessário argumentação sofisticada para concluir que a realização do
leilão pela leiloeira Christie's das obras de Joan Miró comprometeria
gravemente o cumprimento dos deveres impostos" pela Lei de Bases do
Património "e reduziria a nada a concretização dos deveres de protecção do
património cultural".
O
Estado esperava arrecadar com esta venda cerca de 35 milhões de euros, segundo
a avaliação da leiloeira. No entanto, como é habitual nestas situações, no
contrato celebrado entre a Christie’s e a Parvalorem e Parups, sociedades
criadas no âmbito do Ministério das Finanças para recuperar créditos do BPN e
que são proprietárias das obras, existe uma cláusula que pressupõe o pagamento
de uma indemnização caso o leilão não aconteça. Não sendo conhecido este
contrato, lê-se no acórdão do tribunal que neste caso "a Parvalorem, S.A.
por força do contrato celebrado, constituir-se-á na obrigação de indemnizar a
Christie’s em montante cujo valor se situará entre os 4,7 milhões e os 5
milhões de euros”. Uma vez que foi a própria leiloeira a cancelar o leilão não
se sabe se esta cláusula se aplicará. (Jornal Público - 04.02.2014)
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