terça-feira, 30 de agosto de 2016

A Madona caída das grandes maminhas.


O que era uma paródia a uma série da BBC tornou-se numa das mais populares comédias britânicas de sempre em Portugal. Tudo por causa de um quadro que toda a gente queria e de um gerente de café que só queria que o deixassem sossegado.
“René! Que estás tu a fazer com a criada?”, gritava Madame Edith (Carmen Silvera) quando apanhava o marido a agarrar as formas bem proporcionadas da criada. “You stupid woman!” “Sua estúpida!”, gritava-lhe logo em seguida René Artois (Gorden Kaye), o proprietário do Café René na aldeiazinha francesa ocupada de Nouvion durante a Segunda Guerra Mundial. “Não vês que estou a consolá-la?”
“You stupid woman!” Como esta, há outras tantas referências que entraram na conversa diária ao longo dos anos, em liceus, cafés e pausas para o cigarro, inspiradas por Alô, Alô!, a série de comédia da BBC criada por Jeremy Lloyd (1930-2014) e David Croft (1922-2011). "Good meurning", a saudação habitual do guarda Crabtree (Arthur Bostrom) que achava que sabia falar francês; "Ouçam muito atentamente, só vou dizer isto uma vez", a marca registada de Michelle-da-Resistência (Kirsten Cooke); "Sou eu, o Leclerc", dizia o velhote destrambelhado (Jack Haig) para se identificar dentro de cada disfarce menos convincente do que o outro. E, acima de tudo, o quadro daMadona Caída com as Grandes Maminhas de Van Clomp, que servia de “macguffin” e motor das peripécias que se repetiram ao longo dos 85 episódios da série, produzida pela BBC entre 1984 e 1992 depois de um piloto filmado em 1982.
O truque da popularidade de Alô, Alô! era a lista de bordões quase revisteiros repetidos inevitavelmente em todos os episódios de meia hora. A popularidade da série entre nós (onde mereceu horário nobre da RTP1 antes de se tornar presença regular na RTP2, no já defunto SIC Comédia e actualmente na RTP Memória) foi e é tal que a notícia de um grave acidente de automóvel sofrido em 1990 por Gorden Kaye teve direito a manchetes de jornais. Um porta-voz da BBC chegou na altura a mostrar-se surpreendido pela quantidade de contactos realizados por jornalistas portugueses para se inteirarem do estado de saúde do actor, como se não houvesse noção em Inglaterra da popularidade lusitana de Alô, Alô!…
Talvez o mais estranho dessa popularidade fosse que por cá a série era vista como uma paródia aos filmes de guerra que corria todos, bons e maus, heróis e vilões, pela mesma bitola de incompetência e desastre. Mas Lloyd e Croft referenciavam essencialmente uma série dramática da BBC sobre a Resistência francesa, Secret Army(1977-1979). Alô, Alô! não apenas seguia com alguma rigidez – pelo menos na temporada inicial – a trama dessa série, como até ia buscar alguns actores que tinham tido papéis no “original”.
Claro que, em meados dos anos 1980, quando a série começou a ser exibida entre nós, não havia necessariamente a consciência de que o humor de Alô, Alô! era revisteiro e pertencia a um outro tempo. A brejeirice com cheiro a naftalina do modo como a soldado Helga (Kim Hartman) ou a criada Yvette (Vicki Michelle) faziam valer os seus físicos que deixavam os homens loucos e faziam o coronel von Strohm (Richard Marner) pedir o capacete de voo e o aipo húmido, ou a homossexualidade efeminada do tenente Gruber (Guy Siner) e as constantes referências ao seu tanquezinho eram “bordões”.
sso fazia sentido, porque os seus autores vinham precisamente da tradição de music-hall da comédia televisiva. Croft havia co-escrito com Jimmy Perry duas outras comédias da BBC ambientadas durante a guerra, Dad’s Army(1968-1977) e It Ain’t Half Hot Mum (1974-1981); Juntos, Lloyd e Croft já haviam criado uma das séries mais populares da estação britânica, Are You Being Served? (1972-1985), sobre o dia-a-dia de um grande armazém de província. Os seus lugares-comuns eram os mesmos que o nonsense dos Monty Python ou dos Goodies, a subversão irrisória de Soap/Tudo em Família ou, mesmo por cá, a lufada de ar fresco do Tal Canal e dasHermanias estavam a deixar para trás.
Mas a questão não se colocava nessa altura com a mesma urgência de hoje, e a verdade era que, neste microcosmos da Segunda Guerra Mundial onde toda a gente falava inglês com sotaque para identificar a sua origem, eram precisamente os lugares-comuns identitários que se punham em causa: os ingleses aristocratas completamente alheados da realidade mas convencidos do seu valor, os franceses orgulhosos e românticos entre a cobardia e a valentia, os alemães tão organizados que já não sabiam a quantas andavam às tantas, os italianos preguiçosos e cheios de bazófia. E René Artois no meio disto a safar-se o melhor que podia enquanto tinha de lidar com uma esposa mitómana, duas criadas ninfomaníacas, uma sogra surda que nem uma porta, os aviadores ingleses que não percebiam nada, os alemães sempre a verem como fazer dinheiro, os planos e contra-planos da Resistência (normal e comunista), Herr Flick da Gestapo e o cangalheiro Alphonse mais o seu coraçãozinho frágil.

Alô, Alô! já então era uma relíquia de outro tempo, e hoje, que os seus “bordões” já entraram na linguagem, ainda mais – sobretudo porque a BBC teve “mais olhos do que barriga” e, para forçar uma entrada nas grandesnetworks americanas que acabou por não acontecer, arriscou produzir uma quinta temporada com 26 episódios (contra a habitual tradição britânica de séries de seis ou sete episódios) que “esticou a corda”. O erro foi corrigido nas séries seguintes, mas o mal estava feito. Da Madona Caída com as Grandes Maminhas, contudo, não ficámos livres. Aqui para nós, ainda bem. (jornal Público – 29.Agos.2016)

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Monges budistas e futebol. Quando o lado humano vence o espiritual.


Uma novidade nos Jogos. Aldeia Olímpica tem um centro religioso para prestar apoio espiritual aos atletas que o desejem
Quatro monges budistas caminhavam vagarosamente junto à entrada para a Aldeia Olímpica, onde desde o início dos Jogos está a funcionar um centro inter-religioso para receber atletas, treinadores ou voluntários que procurem apoio espiritual. Naquela terça-feira, estava também presente o mestre Nitiguen Takassaky, a quem os outros monges foram mostrar uma réplica de um dos quartos que estão disponíveis para os atletas nos 3604 apartamentos da Aldeia. A acompanhar o arcebispo seguem os monges Jyunsho, Eishin e... Roberto, nome que denuncia aquilo que já se percebera após a primeira troca de palavras. Todos eles são brasileiros, de origem japonesa.
A ligação familiar ao Japão remonta há 108 anos, quando o navio Kasato-maru aportou em Santos. Seguia a bordo a primeira vaga de emigrantes japoneses no Brasil e, entre eles, o monge Genju Ibaragui, considerado o divulgador do budismo primordial, linhagem que os monges da Aldeia Olímpica praticam. "A nossa função aqui é dar apoio espiritual aos atletas. Eles passam por muitas provas e ficam meses longe da família. Há a pressão do treinador, dos habitantes dos seus países, dos próprios Jogos, e no final só um é que vai poder ganhar. Mesmo com todo o treino físico e mental que possam fazer, nestas horas o sentimento dos atletas pode ser abalado, principalmente aqueles que estão aqui pela primeira vez. Por isso, conhecendo essa realidade, o Comité Olímpico Internacional (COI) criou este centro religioso para que possa ser prestado aos atletas, treinadores e até voluntários o apoio espiritual que precisem", conta ao DN Jyunsho Yoshikawa.
O budismo é uma das cinco religiões que estão no centro, juntamente com representantes cristãos (católicos e protestantes), muçulmanos, judeus e hindus. A seleção feita pelo COI foi baseada em estatística. Ficaram de fora, por exemplo, religiões de matiz africana, como o candomblé, com vários praticantes no Brasil. "Se for necessário atender a um outro credo existe uma lista de religiosos brasileiros a quem o centro recorre. Estão todos credenciados e prontos para vir para cá", garante Jyunsho Yoshikawa. O centro funciona das 07.00 às 22.00 e, fora desse horário, em regime de piquete, pois "nunca se sabe quando um atleta vai precisar de apoio espiritual".
Uma oração na hora
Os monges também não sabem quantas consultas já deram durante a sua estada na Aldeia Olímpica, mas dizem que muito do seu trabalho acaba por ser feito quando saem do centro inter-religioso e caminham pelos espaços destinados ao atletas. "Muitas vezes somos solicitados no meio da rua para darmos a nossa bênção, fazer uma oração. Por exemplo, hoje fomos abordados por uma saltadora mexicana [Yvone Trevino] e por um atleta dominicano de taekwondo [um dos dois representantes do país é Luisito Pie, o qual eliminou na quarta-feira o português Rui Bragança]. Por vezes, estão ali a treinar e pedem uma oração na hora", explica Jyunsho, acrescentando que não são apenas procurados por budistas: "Há também quem já tenha alguma informação sobre o que fazemos e que, aqui, quando não consegue encontrar o conforto mental que precisa, recorra a nós para experimentar algo diferente."
Como bons brasileiros, o futebol acaba por se juntar à conversa. "Eu ainda jogo futebol com os meus amigos. Sou adepto do São Paulo", apressa-se a dizer o arcebispo, de 56 anos. Os outros monges também revelam a sua preferência: há mais um adepto do São Paulo, outro do Palmeiras e um do Curitiba, a sua terra natal. "Ele é de Curitiba, mas também é são-paulino", atira o arcebispo. "Pode parar! Sou Curitiba mesmo. A minha equipa pode dar-me muitas tristezas, mas sou Curitiba até ao fim", responde Roberto Tadokoro. O futebol é um jogo de paixões, em que muitas vezes os ânimos se exaltam. E nem os monges escapam a esse sentimento. "É nesse momento que demonstramos o nosso lado humano em vez do espiritual", diz Roberto. O arcebispo junta mais lenha à fogueira e aponta para Jyunsho, o carioca que é adepto do Palmeiras: "Esse daí até chora. Copiosamente." Gargalhada geral.
Para já, o balanço que fazem da sua atividade no centro é francamente positivo. "Para nós é uma experiência nova e muito gratificante. É também um pouco pesada, porque temos de ter disponibilidade a toda a hora. Mas o mais compensador é conhecer pessoas do mundo inteiro, e isso permite-nos divulgar os nossos ensinamentos", lembra Nitiguen Takassaky.
A terminar, Jyunsho arrisca uma explicação para o sucesso da iniciativa na Aldeia Olímpica: "O ensinamento budista trabalha a alma e encaixa perfeitamente neste ambiente olímpico, em que todos os atletas são iguais. E alma não tem idade, sexo ou raça."

No Rio de Janeiro (DN – 19.Ago.2016)

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Um triângulo que afinal é um quadrado.


Se for uma história de amor, "O Fim da Aventura", de Graham Greene, é uma história de amor que, no fundo, é sobre a fé. Embora também seja uma história de fé que, no fundo, é sobre o amor.
Oh, não há dúvida de que Sarah tinha outros amantes. Antes e depois de Bendrix - talvez até Dunstan, esse alto funcionário público, chefe de Henry, que não chegamos mais do que a entrever. Mas se o triângulo amoroso formado por Maurice Bendrix, Sarah Miles e o entediante marido desta, Henry, se torna a certa altura um quadrado, o quarto vértice não está ali para perder. Não podemos procurá-lo no mundo do concreto. Não podemos sequer tocar-lhe. Chamamos-lhe Deus porque é isso que ele é: o deus cristão, o deus do catolicismo, e é nas suas mãos, para desgraça de todos os demais, que Sarah coloca o coração.
A obra-prima de Graham Greene, publicada originalmente em 1951, regressa às livrarias no momento ideal, porque todos os momentos são ideais para os grandes marcos da literatura ocidental e do mundo. Traz agora a chancela da Dom Quixote, mas a mesma tradução e o mesmo prefácio com que Jorge de Sena o apresentou a Portugal, em 1953, com edição da Estúdios Cor.
Foi filmado duas vezes: a primeira em 1955, por Edward Dmytryk, com Deborah Kerr, Van Johnson e Peter Cushing nos principais papéis; e a segunda em 1999, por Neil Jordan, com Julianne Moore, Ralph Fiennes e Stephen Rea. Mas, embora a linguagem do cinema seja outra e cada obra contenha a sua integridade para lá da daquela em que se baseia, em nenhum dos casos atinge a visceralidade e - sobretudo - o dilema existencial do romance de Greene.
Na verdade, O Fim da Aventura não é uma história de amor, tanto quanto uma história de ódio. Isso mesmo declara Bendrix, logo no arranque da sua parte do jogo polifónico: "E assim é isto um memorial de ódio muito mais do que de amor." Se for uma história de amor, O Fim da Aventura é uma história de amor que, no fundo, é sobre a fé. Embora também seja uma história de fé que, no fundo, é sobre o amor.
De qualquer maneira, não tem princípio nem fim, como anunciam as magistrais palavras com que Graham Greene o abre: começa num momento que o autor escolhe arbitrariamente, ou (melhor ainda) lhe é imposto, como se uma mão lhe segurasse o braço. Porque também Deus é desprovido de origem e destino, e contar a sua história, a pobres-diabos de fraco entendimento como são os homens, exige a sempre vil convenção da técnica.
A intriga centra-se na relação clandestina entre Maurice, um escritor de razoável sucesso crítico e fracasso comercial, e Sarah, a mulher de um burocrata de que o primeiro se aproxima para preparar uma personagem do romance que tem em curso. Muito em breve, porém, deixam de ser as rotinas do funcionário público a preencher o seu dia-a-dia. Entrada em cena Sarah, arrebatadoramente bela, os amantes não tardam a consumar-se, num romance tórrido a que o blitz de Londres (1940-41) serve ao mesmo tempo de pano de fundo e de manobra de diversão.
De repente, porém, ela interrompe a relação. Maurice acabara de ficar parcialmente preso debaixo da porta de um apartamento que as bombas nazis haviam feito explodir. Ao levantar-se, atordoado, ele percebe que o amor se concluiu. E só dois anos de perda e luto depois, ao encontrar-se casualmente na rua com Henry, que lhe pede ajuda no despiste de eventuais derivas adúlteras da mulher, vem a contratar o detetive privado que fará luz, a ele e ao leitor, sobre a verdadeira natureza do fim da sua aventura.
A história é contada num mosaico de analepses e prolepses e alternando a consciência de Maurice com o diário de Sarah e fugas de diferentes perfis às interioridades de Henry, Parkis (o detetive privado) ou um certo Smythe, monstruosa figura física e dedicado prosélito ateísta, de métodos - bem vistas as coisas - não muito distintos dos dos contemporâneos vendedores do ama-te-a--ti-próprio e restantes bem-aventuranças do pós-modernismo desesperado.
Mas, se é indiscutível que constitui a sua mais bem conseguida experiência de interceção entre os muitos géneros que praticou - o romance de espionagem, o romance de entretenimento, o romance político, o romance polemista, o romance religioso -, a verdade é que nunca, nele, Graham Greene morde o seu próprio isco (quão tentador terá sido oferecer a Parkis o protagonismo de um desenlace inesperado, talvez motivado pelo amor também...), mantendo-se fiel ao plano: a impossibilidade daquele amor a partir da entrada do amante omnipotente em cena e, perante essa omnipotência, a inevitabilidade da fé, ainda que disfarçada do ódio mais demolidor e extenuante.
"Apanhei a fé como quem apanha uma doença", diz Sarah, numa carta deixada a Maurice. "Caí nos braços dela, como caíra nos do amor. Nunca amara como te amei a ti, e nunca acreditei em nada como acredito agora. Tenho a certeza. Nunca tinha tido uma certeza."
Um romance poderoso, útil para compreender a fé católica do século XXI como todas as fés antes e depois dela, e que nas edições anglo-saxónicas Greene dedica a Catherine (ou apenas "C.", no original britânico). Isto é: Lady Catherine Walston, sua afilhada e amante, e que, como Sarah Miles, em vez de deixar o marido, escolheu a santidade.

Sarah escolheu-a por amor. Talvez a realidade não tenha sido tão reconfortante. (DN – 13 Ago 2016)

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Há 17 novas presenças na Feira do Livro do Porto, incluindo a Livraria Lello.


Quando abrir as portas, no dia 2 de Setembro, a Feira do Livro do Porto vai ter 17 novas ofertas para quem passar pelos jardins do Palácio de Cristal, até ao dia 18. Entre as novidades está a Livraria Lello, que regressa à feira e se vai instalar, pela primeira vez, na Avenida das Tílias, desde que a Câmara do Porto assumiu, em 2014, a organização do evento.
Entre os 131 pavilhões que vão estar na feira deste ano há outros rostos novos, como a Chiado Editora, a Bubok, o jornal Público ou a Ordem dos Arquitectos. Ao todo estarão nos jardins do Palácio de Cristal, numa disposição muito semelhante à do ano passado, 69 editoras, 26 livrarias, 16 alfarrabistas, 12 instituições e oito distribuidoras.
Sob o tema “A Ligação”, a feira irá homenagear este ano o escritor Mário Cláudio e será acompanhada da habitual programação cultural, cuja apresentação está agendada para 23 de Agosto.
Este ano, outra das novidades da feira são os horários que, fruto dos resultados obtidos nos inquéritos feitos aos participantes e da percepção da autarquia da afluência do público, sofrerão alguns ajustes. Agora, se trabalha nas proximidades do Pavilhão Rosa Mota e gostaria de aproveitar a hora do almoço para comprar um livro, já o poderá fazer, porque a Feira do Livro vai passar a abrir as portas, diariamente, ao meio-dia. À noite, por outro lado, pode ter que antecipar um pouco a visita, pelo menos entre domingo e quinta-feira, já que ela vai fechar mais cedo uma hora, às 21h. Às sextas-feiras e sábado mantém-se o encerramento às 23h.
A Câmara do Porto assume sozinha a organização da Feira do Livro da cidade desde 2014, depois de uma ruptura com a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) que, à semelhança do que ainda acontece em Lisboa, era também responsável pela organização da feira do Porto. Em anos anteriores já tinha havido uma série de conflitos entre a câmara e a APEL, o que levou a que, em 2013, a cidade nem sequer tivesse Feira do Livro, tendo organizado, em alternativa, um evento mais pequeno, o Letras na Avenida, na Avenida dos Aliados, onde a feira se instalara nos anos anteriores.

Desde 2014 que a feira se mudou para os jardins do Palácio de Cristal, onde tem recebido, segundo a autarquia, mais de 200 mil visitantes por ano. O período escolhido para a sua realização também foi alterado, passando de Maio para Setembro. O evento passou a ser marcado por um tema e pela homenagem a escritores marcantes da cidade, tendo-se centrado, no primeiro ano, na figura de Vasco Graça Moura (o tema era “Liberdade e Futuro”) e, no ano passado, de Agustina Bessa-Luís (“Felicidade”). Este ano o romancista portuense Mário Cláudio, vencedor de diferentes prémios, incluindo o Grande Prémio de Romance e Novela da APE/DGLAB 2014 com Retrato de Rapaz é o homenageado devendo, como tem sido habitual, uma tília baptizada simbolicamente com o seu nome. (Jornal Público – 10 Agosto 2016)