sábado, 30 de março de 2013

Primeiro número da revista Granta Portuguesa terá inéditos de Fernando Pessoa.


O primeiro número da edição portuguesa da revista literária Granta, que sairá em Maio, irá publicar inéditos de Fernando Pessoa, disse esta sexta-feira à Lusa o jornalista Carlos Vaz Marques, que a dirige.
A publicação de cinco sonetos de Fernando Pessoa, apresentados pelos investigadores pessoanos Jerónimo Pizarro e Carlos Pitella-Leite, insere-se no primeiro objectivo da revista, que “é o de publicar bons textos literários inéditos”, disse Carlos Vaz Marques.
Referindo-se à publicação dos sonetos de Pessoa, Vaz Marques afirmou tratar-se de “uma revelação absoluta” que “já justificaria, por si só, este primeiro número da edição portuguesa da Granta”.
Segundo o responsável, há o interesse em publicar um inédito de um autor desaparecido por cada número, mas a própria revista encomendará textos a autores de língua portuguesa.
“Sabemos que uma parte importante do trabalho literário surge, muitas vezes, de estímulos externos, e pretendemos ser essa centelha que acende o rastilho de autores com talento e coisas para dizer”, disse.
Um outro objectivo da revista, que terá periodicidade semestral, “é o de publicar em português os textos de grandes escritores, escritos para a Granta de língua inglesa, e nunca editados em Portugal”.
“O baú da Granta é imenso e de grande qualidade, com autores tão importantes como Salman Rushdie ou Martin Amis, Saul Bellow ou Ryszard Kapuscinski”, acrescentou.
À Lusa, Vaz Marques revelou um terceiro objetivo, “mais ambicioso”, que é o de “dar a conhecer e de conseguir abrir portas noutros países a alguns dos autores que publicarão na edição portuguesa”.
“Sendo a Granta, cada vez mais, uma família literária global, com edições em diversas línguas, temos esta ambição”, rematou.
A Granta Portuguesa terá, “em todos os números, um portfolio fotográfico, que, nesta primeira edição, vai ter a assinatura do fotógrafo Daniel Blaufuks”.
A Granta portuguesa, que será publicada pela editora Tinta da China, irá “seguir o modelo original daGranta, que já deu provas de grande qualidade”, disse Vaz Marques, que sublinhou que “será, acima de tudo, uma revista virada para a criação literária, na qual se tentará juntar nomes consagrados e novos talentos”.
À nova revista, Carlos Vaz Marques quer “chamar autores de todo o espaço de língua portuguesa”.
Questionado sobre qual a ortografia escolhida, seguindo ou não o Acordo, Vaz Marques afirmou: “A Grantanão vai ater-se a pequenas polémicas de circunstância. Será publicada na forma ortográfica escolhida por cada um dos autores que escrever para ela”.
Destinada “a todos os leitores de língua portuguesa”, não foi ainda definida a tiragem que vai ter e, quanto a colaboradores, Vaz Marques achou que ainda é cedo para os revelar. (jornal Público – 30.03.2013)

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