Edição
anterior da Lisboa Open House mobilizou 13 mil pessoas. Locais normalmente
vedados ao público estarão acessíveis
Sessenta
espaços de Lisboa, "pequeninos e grandes, privados e públicos, clássicos e
contemporâneos", vão estar de portas abertas amanhã e domingo, numa
iniciativa da Trienal de Arquitectura. O arquitecto Fernando Sanchez Salvador
sublinha que esta pode ser uma oportunidade única para conhecer sítios que não
costumam estar acessíveis ao público.
O
arquitecto, que foi o consultor desta segunda edição da Lisboa Open House,
considera que a maior dificuldade de quem quiser participar no evento será
escolher os espaços a visitar. "Tenho pena de não ir ver todos",
reconhece.
Em
2012, houve mais de 13 mil pessoas a visitar os 50 espaços então seleccionados
para a iniciativa. "Foi uma enchente. Não estávamos preparados", diz
Fernando Sanchez Salvador. Este ano há dezenas de sítios que voltam a abrir as
portas aos visitantes, além de alguns estreantes.
Entre
estes encontram-se edifícios institucionais (Assembleia da República, Palácio
das Necessidades, Embaixada de França, Palácio da Justiça e Paços do Concelho),
pólos culturais (Casa dos Bicos, MUDE, Museu de Arte Popular e Novo Museu
Nacional dos Coches), e equipamentos de ensino (Escola Alemã, Liceu Passos
Manuel e Faculdade de Ciências Médicas). A lista inclui ainda o Reservatório da
Patriarcal, o Complexo dos Coruchéus e os seus ateliers de artistas, e o Altis
Belém Hotel e Spa.
Mas
a Lisboa Open House é, como diz o arquitecto, um evento "banda larga, com
grande variedade". E por isso será também possível conhecer habitações
recuperadas por vários arquitectos. A intenção, explica Fernando Sanchez
Salvador, é que o público perceba que "há muitas formas de habitar, não
estandardizadas". Exemplo disso é o número 21 da Rua de S. Bernardo, na
Estrela, onde antes existia uma tipografia que Manuel Graça Dias transformou em
dois lofts.
Entre
a extensa lista de locais a visitar este fim-de-semana, Fernando Sanchez
Salvador destaca também a Biblioteca Nacional, no Campo Grande, onde será
possível conhecer áreas normalmente inacessíveis, como os arquivos. Uma das
visitas àquele que foi o último grande projecto de Porfírio Pardal Monteiro
será conduzida pelo seu sobrinho-neto, o arquitecto João Pardal Monteiro.
A
Lisboa Open House de 2013 inclui também dois passeios: um de bicicleta, pelo
Corredor Verde de Monsanto (que termina com uma conversa com o arquitecto
paisagista Vítor Beiramar Diniz), e outro a pé, pelo Bairro da Mouraria.
O
programa completo desta iniciativa pode ser conhecido em
http://2013.lisboaopenhouse.com. Algumas visitas requerem pré-marcação,
enquanto noutras basta aparecer à hora marcada. No entanto, quem quiser
conhecer a Fundação Champalimaud, o Hotel Ritz ou dois apartamentos recuperados
pelo arquitecto Pedro Oliveira no Bairro Alto, entre outros, terá de esperar
para saber se estes integram a edição de 2014 do Lisboa Open House, uma vez que
as visitas para este ano já estão esgotadas.
O
programa Open House foi criado em 1992, em Londres, por Victoria Thornton. O
objectivo, como se diz na página da iniciativa em Portugal, é "estimular o
interesse do público pela arquitectura e património construído, de diferentes
épocas e escalas". Actualmente a iniciativa realiza-se em 20 cidades de
todo o mundo, incluindo Nova Iorque (EUA), Perth (Austrália), Buenos Aires
(Argentina), Limerick (Irlanda) e Barcelona (Espanha). (Público - 04.10.2013)
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