sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Há 60 espaços de Lisboa de portas abertas neste fim-de-semana.


Edição anterior da Lisboa Open House mobilizou 13 mil pessoas. Locais normalmente vedados ao público estarão acessíveis
Sessenta espaços de Lisboa, "pequeninos e grandes, privados e públicos, clássicos e contemporâneos", vão estar de portas abertas amanhã e domingo, numa iniciativa da Trienal de Arquitectura. O arquitecto Fernando Sanchez Salvador sublinha que esta pode ser uma oportunidade única para conhecer sítios que não costumam estar acessíveis ao público.
O arquitecto, que foi o consultor desta segunda edição da Lisboa Open House, considera que a maior dificuldade de quem quiser participar no evento será escolher os espaços a visitar. "Tenho pena de não ir ver todos", reconhece.
Em 2012, houve mais de 13 mil pessoas a visitar os 50 espaços então seleccionados para a iniciativa. "Foi uma enchente. Não estávamos preparados", diz Fernando Sanchez Salvador. Este ano há dezenas de sítios que voltam a abrir as portas aos visitantes, além de alguns estreantes.
Entre estes encontram-se edifícios institucionais (Assembleia da República, Palácio das Necessidades, Embaixada de França, Palácio da Justiça e Paços do Concelho), pólos culturais (Casa dos Bicos, MUDE, Museu de Arte Popular e Novo Museu Nacional dos Coches), e equipamentos de ensino (Escola Alemã, Liceu Passos Manuel e Faculdade de Ciências Médicas). A lista inclui ainda o Reservatório da Patriarcal, o Complexo dos Coruchéus e os seus ateliers de artistas, e o Altis Belém Hotel e Spa.
Mas a Lisboa Open House é, como diz o arquitecto, um evento "banda larga, com grande variedade". E por isso será também possível conhecer habitações recuperadas por vários arquitectos. A intenção, explica Fernando Sanchez Salvador, é que o público perceba que "há muitas formas de habitar, não estandardizadas". Exemplo disso é o número 21 da Rua de S. Bernardo, na Estrela, onde antes existia uma tipografia que Manuel Graça Dias transformou em dois lofts.
Entre a extensa lista de locais a visitar este fim-de-semana, Fernando Sanchez Salvador destaca também a Biblioteca Nacional, no Campo Grande, onde será possível conhecer áreas normalmente inacessíveis, como os arquivos. Uma das visitas àquele que foi o último grande projecto de Porfírio Pardal Monteiro será conduzida pelo seu sobrinho-neto, o arquitecto João Pardal Monteiro.
A Lisboa Open House de 2013 inclui também dois passeios: um de bicicleta, pelo Corredor Verde de Monsanto (que termina com uma conversa com o arquitecto paisagista Vítor Beiramar Diniz), e outro a pé, pelo Bairro da Mouraria.
O programa completo desta iniciativa pode ser conhecido em http://2013.lisboaopenhouse.com. Algumas visitas requerem pré-marcação, enquanto noutras basta aparecer à hora marcada. No entanto, quem quiser conhecer a Fundação Champalimaud, o Hotel Ritz ou dois apartamentos recuperados pelo arquitecto Pedro Oliveira no Bairro Alto, entre outros, terá de esperar para saber se estes integram a edição de 2014 do Lisboa Open House, uma vez que as visitas para este ano já estão esgotadas.

O programa Open House foi criado em 1992, em Londres, por Victoria Thornton. O objectivo, como se diz na página da iniciativa em Portugal, é "estimular o interesse do público pela arquitectura e património construído, de diferentes épocas e escalas". Actualmente a iniciativa realiza-se em 20 cidades de todo o mundo, incluindo Nova Iorque (EUA), Perth (Austrália), Buenos Aires (Argentina), Limerick (Irlanda) e Barcelona (Espanha). (Público - 04.10.2013)

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