sexta-feira, 28 de março de 2014

Oslo Abriu livraria que só vende "Livro do Desassossego" de Pessoa.


O escritor norueguês Christian Kjelstrup, que considera o "Livro do Desassossego", de Fernando Pessoa, a melhor obra literária do mundo, decidiu abrir hoje no centro de Oslo a "Livraria do Desassossego", onde venderá exclusivamente aquele livro.
Em comunicado enviado à Lusa, a Casa Fernando Pessoa indica que Christian Kjelstrup, grande admirador não só da obra do heterónimo pessoano Bernardo Soares, como do resto da obra do escritor português, aproveitou a oportunidade única de arrendar apenas por uma semana um espaço comercial no centro da capital norueguesa para realizar aquele sonho antigo.
E, para dar um ambiente português à nova livraria, contará, ao longo de toda a semana, com a ajuda do emigrante português Joel Oliveira, que tocará, para os visitantes, a sua guitarra portuguesa.
No dia da inauguração, esta iniciativa do autor norueguês, que contou com o apoio da Embaixada de Portugal em Oslo, é já um êxito, refere a Casa Fernando Pessoa, tendo merecido uma reportagem no canal televisivo norueguês NRK, além de muitas referências e elogios nas redes sociais, que ainda não pararam de divulgar a 'pop-up store' (nome dado às lojas com tempo de vida limitado).
Na próxima segunda-feira, 31 de março, decorrerá a "Noite de Pessoa", a partir das 19:00 -- um evento que contará com a participação de algumas personalidades da cultura norueguesa.
A "Livraria do Desassossego" terá as portas abertas apenas até 02 de abril, de segunda a sexta-feira das 09:00 às 16:00 e ao sábado das 12:00 às 15:00.

Além do "Livro do Desassossego", estão traduzidas em norueguês outras obras de Pessoa, como "A Hora do Diabo", "A Educação do Estóico", "O Banqueiro Anarquista" e a Poesia do heterónimo Alberto Caeiro. (Notícias ao Minuto – 27.03.2014)

quarta-feira, 26 de março de 2014

Apagar luz "Esta fotografia é o meu Che Guevara".


Ver video:
  http://www.publico.pt/multimedia/video/esta-foto-e-o-meu-che-guevara-20140324-195840


A 25 de Abril de 1974, o fotojornalista Alfredo Cunha captava uma das imagens icónicas de Salgueiro Maia. "Já está?", perguntou o capitão. "E continuou a revolução", conta o fotojornalista. Um retrato que pode agora ser visto em grande escala no Arco da Rua Augusta, em Lisboa, numa instalação que assinala os 40 anos da Revolução dos Cravos. O olhar tranquilo de Salgueiro Maia ficará voltado para um dos palcos principais da Revolução de Abril até ao dia 1 de Maio. (Jornal Público – 25.03.2014)

sexta-feira, 21 de março de 2014

Disco gravado por "veteranos" do jazz celebra 66 anos.


O mais antigo clube de jazz português, o Hot Clube de Portugal (HCP), celebra hoje 66 anos, com o lançamento de um álbum interpretado por nomes históricos portugueses, cumprindo-se o desejo antigo de inaugurar uma editora própria.
"Just in Time" é apresentado hoje no HCP, em Lisboa, com um concerto protagonizado pelos músicos que o gravaram: Manuel Jorge Veloso (baterista), Bernardo Moreira (contrabaixista) - ambos fundadores do Quarteto do Hot nos anos 1960 - e António José Barros Veloso (pianista). Interpretam "standards" do jazz, acompanhados da cantora Paula Oliveira.
"É um disco muito especial porque conta com músicos do antigo Quarteto do Hot Clube e tem uma sonoridade que remete para os anos 1950. Queríamos um disco que marcasse", afirmou à agência Lusa Inês Homem Cunha, presidente da direção do clube.
Para assinalar os 66 anos, a direção do HCP concretiza assim uma ideia antiga de ter uma etiqueta discográfica - @HotClube - para registar atuações no espaço.
O Hot Clube de Portugal foi fundado por Luiz Villas-Boas a 19 de março de 1948 e, durante décadas, funcionou numa pequena cave na Praça da Alegria, que acabou destruída num incêndio, em 2009.

Atualmente, o clube de jazz funciona duas portas abaixo e continua a acolher diferentes gerações de músicos portugueses e estrangeiros, em concertos, "jam-sessions" e apresentações discográficas. (DN – 19.03.2014)

segunda-feira, 17 de março de 2014

Portugal made in China.


Ping Pong Pau é o que o Teatro Experimental do Porto foi fazer à serra de Montemuro com os que lá estão. Depois de Gaia, onde fica até dia 27, a peça segue para Palmela, Braga e Évora, entre outras salas do país real.
Uma das primas teve essa ideia brilhante de transformar a serração que o avô deixou em herança na única loja de móveis do país em que o vendedor fala em verso (o que pode ser ridículo, “mas vai trazer montes de clientes quando passar no programa da manhã”). Um dos primos acha que isso é tudo “muito bonito”, mas não tão prioritário como pendurar uma coruja empalhada à porta “para manter os espíritos lá fora”. A outra prima concluiu, olhando para o manual de feng shui, que “a oficina está toda errada” e não irá descansar enquanto não mudar tudo de sítio. E o único primo que de facto sabe o que fazer com a carpintaria – o mesmo de sempre, móveis, ainda que não haja já quem os compre – está disposto a admitir que não tem unhas para competir com a Ikea (e que seria ainda mais suicida passar a fazer colheres de pau, desde que as lojas de chineses as vendem mais baratas do que a madeira).
Não é muito difícil perceber onde estamos em Ping Pong Pau, o espectáculo que o Teatro Experimental do Porto (TEP) e o Teatro do Montemuro apresentam até dia 27, de quarta a domingo, no Auditório Municipal de Gaia. É mesmo o país real, o país do ajustamento (ou seja, o país das carpintarias fechadas e da conversa fiada do empreendedorismo), e isso tanto vale para uma das maiores (e das mais endividadas) cidades do país, como esta onde a peça se estreou, como para o interior profundo, onde foi criada em cinco semanas de trabalho intensivo, a maioria das quais debaixo de vários centímetros de neve.
Tal como a serração que os quatro primos (Inês Pereira, Abel Duarte, Maria Teresa Barbosa e Eduardo Correia, por ordem de entrada em cena no parágrafo anterior) tentam recuperar, talvez Portugal não tenha salvação. “Não há solução para esta carpintaria, e por isso não há solução para este espectáculo. É normal eu não ter soluções para dar e limitar-me a apontar problemas. Mas neste caso é mais do que óbvio: não há futuro para uma serração numa aldeia do interior de Portugal”, diz Ricardo Alves, o autor da peça, que aqui adapta a acidez típica dos seus textos para a Palmilha Dentada, a companhia que tem sido a sua casa, “à gramática e à estética muito específicas” do Teatro do Montemuro. “Claro que, defeito meu”, acrescenta, “também quis pôr em Ping Pong Pau uma reflexão sobre as mudanças e as angústias do momento, sobre este drama de sermos terrivelmente periféricos e por isso obrigados a lidar com fenómenos de que só nos chegam ecos distantes”.
Alguns desses ecos vêm da Suécia, via Ikea (palavra que põe o único primo que sabe fazer móveis a uivar), outros vêm da China. São a maioria, neste espectáculo que esteve para se chamar Chinatown e em que tudo – título, texto, cenário, figurinos – concorre para criar uma banda sonora declaradamente achinesada, sublinha o encenador e director artístico do TEP, Gonçalo Amorim: “Queríamos fazer imaginar essa espécie de grande nuvem chinesa que paira por aí, por um lado como um papão assustador, por outro com uma aura de sabedoria que nos encanta também.”
No início, claro, não havia nada disso: apenas a “vaga ideia” de uma serração, que depois de trabalhada durante dois dias com o autor, em regime de laboratório, na serra de Montemuro, seguiu, como sempre nas criações da companhia de teatro local, “o seu caminho natural”, explica Eduardo Correia. É o processo habitual do Teatro do Montemuro, tal como é habitual o que acontece depois da estreia: um grande calendário de apresentações um pouco por todo o país real, que no caso passará por São Pedro do Sul (dia 28), Palmela (1 e 2 de Março), Vinhais (7 de Março), Campo Benfeito (10 a 21 de Março), Castro Daire (22 a 26 de Março), Braga (27 e 28 de Março) e Évora (2 e 3 de Maio).

À medida que vai assentando no palco, e fazendo o seu caminho pelo mesmo território periférico que de certa forma documenta, Ping Pong Pau também se transforma. Passando dessa “vaga ideia” de uma serração” a uma alegoria do próprio teatro, e desse gesto aparentemente condenado ao fracasso que é repetir a mesma coisa todas as noites (cada vez com mais cansaço, cada vez com mais olheiras, cada vez com mais sulcos no chão). Os primos que Ricardo Alves atirou para este Portugal made in China podem não conseguir salvar a serração, mas também podem morrer – ou, melhor ainda, podem divertir-se – a tentar. A realidade, diz o autor do texto, às vezes é “tão naïve quanto isto”. (Jornal Público – 15.03.2014)

quinta-feira, 13 de março de 2014

De Transformers a Hitchcock: Michael Bay vai produzir remake d'Os Pássaros.


O projecto está em discussão há vários anos e ganhou nesta quinta-feira um novo produtor, ficando um passo mais perto de se concretizar: o remake do clássico de Alfred Hitchcock Os Pássaros terá como produtor Michael Bay, o responsável por blockbusters como Transformers, Armageddon e Pearl Harbor.
Os Pássaros, de 1963, é um dos mais emblemáticos filmes de Alfred Hitchcock, protagonizado por uma das suas loiras, neste caso Tippi Hedren, e baseado no conto homónimo de Daphne du Maurier. Em desenvolvimento pelo menos desde 2007, o filme que pretende reimaginar o clássico do suspense de Hitchcock chegou a ter a actriz australiana Naomi Watts como potencial protagonista, mas segundo a Hollywood Reporter esta já não se encontra associada ao projecto. Em 2007, quando o projecto começou a tomar forma, Tippi Hedren mostrou-se surpreendida pela ideia de voltar a Os Pássaros,dizendo à MTV: “Não conseguimos arranjar novas histórias?”
Com o realizador holandês Diederik van Rooijen já confirmado para dirigir o novo filme, a produtora de Michael Bay, a Platinum Dunes, irá então associar-se à Mandalay Pictures e ao estúdio Universal para refazer Os Pássaros, escreve a Variety, que acrescenta que não há ainda quaisquer informações sobre o argumento. A Hollywood Reporter refere que a Universal disse no passado que o remake será mais próximo do conto de Du Maurier do que do filme de Hitchcock, em que uma mulher da alta-sociedade se muda para uma cidadezinha no Norte da Califórnia que repentinamente é atacada por vários tipos de pássaros. O conto de Du Maurier, publicado em 1952, passa-se na Cornualha, no Reino Unido, e tem no seu centro a família de um veterano da II Guerra que trabalha como ajudante numa quinta e que vê a sua região, e depois o país, atacado por bandos de pássaros.

Como produtor da Platinum Dunes, Bay foi já responsável por remakes de filmes dos anos 1980, como Sexta-Feira 13 e Pesadelo em Elm Street. Diederik van Rooijen é autor de vários filmes no seu país e da série de televisão holandesa Penoza, que foi alvo de um remake norte-americano sob o nome Red Widow para a ABC. (Jornal Público – 13.03.2014)

sexta-feira, 7 de março de 2014

Quadro de Leonardo da Vinci vendido por mais de 50 milhões de euros.


A notícia de que tinha sido identificado um quadro “novo” de Da Vinci (1452-1519) já era conhecida, pelo menos, desde a exposição que a National Gallery de Londres dedicara ao mestre do Renascimento, Leonardo da Vinci – Pintor da corte de Milão, entre Novembro de 2011 e Fevereiro de 2012. Depois dessa mostra, o pequeno quadro (65,6 x 45,5 cms.) representando CristoSalvator Mundi (c. 1500) fora também exibido, por empréstimo, no Museu de Arte de Dallas, nos EUA.
O que não se sabia, e agora foi noticiado pelo The New York Times, é que essa obra foi vendida, em Maio de 2013, num leilão da Sotheby’s em Nova Iorque, por uma soma entre os 75 e os 80 milhões de dólares (54,6 a 58,2 milhões de euros) a um comprador privado não identificado.
Esta quantia ganha ainda maior relevância quando se sabe que o mesmo quadro, cuja história está ainda por reconstituir no seu percurso completo, fora vendido, em 1958, em Inglaterra, na sequência de partilhas de descendentes de um aristocrata britânico, por… 45 libras esterlinas (perto de 55 euros).
No momento da venda, revelada no dia 3 de Março pelo diário norte-americano – e depois também noticiada pelo francês Le Monde –, esteSalvator Mundi pertencia a dois historiadores e negociantes de arte de Nova Iorque, Robert Simon e Alexander Parish, que o tinham adquirido, em meados da década de 2000, por um valor que também não foi quantificado.
De qualquer modo, estes dois sócios e especialistas em arte acabaram por merecer a mais-valia da sua convicção de que se estava, de facto, perante uma obra autógrafa de Da Vinci e não apenas de uma qualquer reprodução – que, neste caso, tinha sido mesmo atribuída a um aluno da oficina do mestre italiano, Giovanni Antonio Boltraffio (c. 1466-1516).
Quando adquiriram a tela, Simon e Parish acreditaram que a sua superfície, que mostrava sucessivas camadas de pintura e se encontrava bastante deteriorada, escondia o traço original do mestre. Para testarem essa sua convicção, submeteram o quadro a uma cuidada investigação, que envolveu dezena e meia de especialistas em Da Vinci, tanto dos EUA como de Inglaterra e de Itália, bem como instituições como a National Gallery de Londres e de Washington, o Metropolitan Museum de Nova Iorque e ainda as universidades de Florença e de Milão.
O veredicto final confirmou o prognóstico de Simon e Parish, e depois da exposição em Londres, o Museu de Arte de Dallas pediu o quadro emprestado para o exibir nessa cidade e, no final, quis mesmo adquiri-lo.
Segundo o NYT, o autor da revelação da venda de Salvator Mundi em Maio passado foi o negociante de arte londrino Anthony Crichton-Stuart, que comentou para o jornal nova-iorquino: “É preciso contrabalançar o seu estado de deficiente conservação com o facto de se tratar de uma obra de um dos nomes mágicos e mais significativos do cânone da arte ocidental, pelo que, nesse sentido, parece-me que o preço foi justo”.
Seguindo a tradição e o protocolo do negócio, a Sotheby’s recusou fazer qualquer comentário sobre a venda, e, ao NYT, Robert Simon limitou-se a dizer que a pintura de Da Vinci “já não se encontra disponível”.
Ao reconstituir a história possível do quadro - que representa um tema da iconografia cristã que Da Vinci e outros mestres da pintura trataram em diferentes momentos -, o Le Monde avança que ele terá pertencido ao rei de Inglaterra Carlos II (século XVII), tendo depois sido também propriedade do duque de Buckingham.

É importante lembrar que esta identificação e autenticação de uma obra de Da Vinci surge mais de um século depois da última, que tinha sido realizada relativamente ao grande mestre italiano, com a Virgem Benois (1475-78), pertencente à colecção do Museu Ermitage de São Petersburgo, na Rússia. (Jornal Público – Março 2014)

terça-feira, 4 de março de 2014

Filme com Diogo Morgado sobre vida de Jesus foi o segundo mais visto nos Estados Unidos.


O Filho de Deus estreou no fim-de-semana e em dois dias somou 26,5 milhões de dólares (18,5 milhões de euros). No Twitter, Diogo Morgado volta a fazer sucesso.
O Filho de Deus, filme adaptado da série A Bíblia protagonizada por Diogo Morgado, foi o segundo filme mais visto este fim-de-semana nos Estado Unidos. O filme estreou-se na quinta-feira e os resultados obtidos nas bilheteiras (26,5 milhões de dólares – 18,5 milhões de euros) confirmam o sucesso que a série já tinha alcançado no ano passado quando passou na televisão. O Hot Jesus, como ficou conhecido o actor português, voltou também em força às redes sociais.
O filme no qual Diogo Morgado dá vida a Jesus só ficou atrás de Non-Stop, filme de Jaume Collet-Serra protagonizado por Liam Neeson, Julianne Moore e a recém-vencedora de um Óscar, Lupita Nyong'o. Segundo o site Box office Mojo, que analisa as receitas em bilheteiras, Non-Stop somou 28,8 milhões de dólares (20,9 milhões de euros), enquanto O Filho de Deus, que chegou a 3260 salas de cinema norte-americanas, amealhou 26,5 milhões de dólares (18,5 milhões de euros). Em Portugal, o filme só estreia a 27 de Março, a cerca de três semanas da Páscoa.
O filme que está a pôr novamente Diogo Morgado no centro das atenções não é muito diferente da série de dez horas produzida por Mark Burnett e Roma Downey e que foi para o ar o ano passado no Canal História (em Portugal foi exibida na SIC no fim-de-semana de Páscoa). Ou seja, O Filho de Deus, que dura pouco mais de duas horas, é um apanhado de A Bíblia, que nos Estados Unidos bateu recordes de audiência logo ao primeiro episódio, tornando-se no programa mais visto de 2013 na televisão por cabo norte-americana, com 13,1 milhões de telespectadores. No total, foram quase 100 milhões de pessoas que viram a série religiosa que valeu a Diogo Morgado a alcunha de Hot Jesus.
Agora, com o filme no cinema, o Hot Jesus renasceu nas redes sociais, onde ahashtag #hotJesus voltou a ser usada em força. As entrevistas do actor português nos canais norte-americanos têm-se multiplicado e nos jornais têm surgido algumas reflexões sobre o sucesso do filme e em particular sobre Diogo Morgado. A jornalista Antonia Blumberg do Huffington Post pergunta se o actor não é demasiado sexy para o papel de Jesus, escrevendo que “talvez Jesus não precise de ser sexy para que as pessoas se relacionem com a sua história”. Mas no Twitter, destaca, ser sexy parece ser importante, notando o uso recorrente da hashtag #hotJesus.
Já no site da CNN, a pivot Carol Costello escreve uma coluna de opinião sobre Diogo Morgado e o seu papel como filho de Deus. Para a jornalista, “claramente Jesus foi sexy”. No entanto, Costello não deixou de reparar que “Diogo Morgado é um tipo jeitoso”. “Não quero ser desrespeitosa mas enquanto via o trailer de O Filho de Deus dei por mim de boca aberta com o actor que faz de Jesus”, escreve a jornalista para quem o Jesus de Diogo Morgado “se parece mais com o Brad Pitt do que com aquele homem simpático de barbas que vemos nas pinturas”.
Antes da estreia do filme, também o New York Times tinha feito esta reflexão, notando que normalmente nos filmes religiosos a figura de Jesus é sempre bem-parecida. No entanto, o jornal norte-americano nota que Diogo Morgado é talvez o Jesus mais sexy que apareceu, comparando-o igualmente a Brad Pitt. “A sua aparência vai pôr à prova a paciência dos historiadores que dizem que Jesus, como judeu da Palestina no primeiro século, teria a pele mais escura do que a cara bonita de Mr. Morgado”, lê-se no New York Times, com quem Diogo Morgado falou. “É um elogio, obviamente, mas não quero que isso nos afaste daquilo que tentamos alcançar”, disse o actor português, destacando que é a história e a mensagem que ela passa que mais interessa. “Se a mensagem de Jesus era amor, esperança e compaixão, e eu posso trazer isso para mais pessoas por ser um Jesus mais atraente, então estou feliz com isso.”
Na série, que percorre algumas histórias da bíblia do Antigo ao Novo Testamento, Diogo Morgado apenas apareceu ao episódio seis mas no filme, que incluirá cenas que não foram incluídas na série, o actor tem um maior destaque, uma vez que este incide exactamente sobre o Novo Testamento.
“Conseguimos ter connosco a equipa do Gladiador e tivemos de refazer tudo para o grande ecrã”, disse ao site especializado de cinema Deadline, o produtor Mark Burnett, explicando que este processo demorou cerca de um ano. À semelhança do que já tinham feito na promoção da série televisiva, a equipa do filme reuniu-se com vários líderes religiosos nos Estados Unidos, conseguindo assim amealhar cinco milhões de dólares (3,6 milhões de euros) em vendas antecipadas para a estreia de O Filho de Deus.
Os produtores prepararam ainda uma edição dobrada em espanhol e outra em chinês para conseguirem chegar a outros mercados. Entretanto, o filme já tem estreia marcada em 60 países, estando os produtores a apostar no mercado da América Latina, onde a Semana Santa tem um impacto muito grande. Segundo o The Wrap, 22% da audiência do filme era de origem hispânica.
O The Wrap lembra ainda que até à Páscoa ainda vai estrear Noah, o filme de Darren Aronofsky que conta a história da Arca de Noé. Para a publicação, ainda é cedo para perceber qual dos dois filmes terá mais impacto nas bilheteiras, tendo em conta que os dois são do interesse da comunidade cristã. No entanto, ao contrário de O Filho de Deus, que contou com um orçamento de pouco mais de 20 milhões de dólares (14,5 milhões de euros), Noah tem tudo para ser um blockbuster. O filme da Paramount é protagonizado por Russell Crowe, Jennifer Connelly, Anthony Hopkins e Emma Watson e o seu orçamento foi de 130 milhões de dólares (94,4 milhões de euros).

Noah só estreia no dia 28 de Março, no mesmo fim-de-semana que O Filho de Deus estreia em Portugal, e por isso até lá o filme com Diogo Morgado tem três semanas para continuar a somar nas bilheteiras. (Jornal Público – 04.03.2013)