O
Filho de Deus estreou no fim-de-semana e em dois dias somou 26,5 milhões
de dólares (18,5 milhões de euros). No Twitter, Diogo Morgado volta a fazer
sucesso.
O
Filho de Deus, filme adaptado da série A Bíblia protagonizada por
Diogo Morgado, foi o segundo filme mais visto este fim-de-semana nos Estado
Unidos. O filme estreou-se na quinta-feira e os resultados obtidos nas
bilheteiras (26,5 milhões de dólares – 18,5 milhões de euros) confirmam o
sucesso que a série já tinha alcançado no ano passado quando passou na
televisão. O Hot Jesus, como ficou conhecido o actor português, voltou
também em força às redes sociais.
O
filme no qual Diogo Morgado dá vida a Jesus só ficou atrás de Non-Stop,
filme de Jaume Collet-Serra protagonizado por Liam Neeson, Julianne Moore e a
recém-vencedora de um Óscar, Lupita Nyong'o. Segundo o site Box
office Mojo, que analisa as receitas em bilheteiras, Non-Stop somou
28,8 milhões de dólares (20,9 milhões de euros), enquanto O Filho de Deus,
que chegou a 3260 salas de cinema norte-americanas, amealhou 26,5 milhões de
dólares (18,5 milhões de euros). Em Portugal, o filme só estreia a 27 de Março,
a cerca de três semanas da Páscoa.
O
filme que está a pôr novamente Diogo Morgado no centro das atenções não é muito
diferente da série de dez horas produzida por Mark Burnett e Roma Downey e que
foi para o ar o ano passado no Canal História (em Portugal foi exibida na SIC no
fim-de-semana de Páscoa). Ou seja, O Filho de Deus, que dura pouco mais de
duas horas, é um apanhado de A
Bíblia, que nos Estados Unidos bateu recordes de audiência logo ao
primeiro episódio, tornando-se no programa mais visto de 2013 na televisão por
cabo norte-americana, com 13,1 milhões de telespectadores. No total, foram
quase 100 milhões de pessoas que viram a série religiosa que valeu a Diogo
Morgado a alcunha de Hot Jesus.
Agora,
com o filme no cinema, o Hot Jesus renasceu nas redes sociais, onde ahashtag #hotJesus voltou
a ser usada em força. As entrevistas do actor português nos canais
norte-americanos têm-se multiplicado e nos jornais têm surgido algumas
reflexões sobre o sucesso do filme e em particular sobre Diogo Morgado. A
jornalista Antonia Blumberg do Huffington Post pergunta se o actor
não é demasiado sexy para o papel de Jesus, escrevendo que “talvez Jesus não
precise de ser sexy para que as pessoas se relacionem com a sua história”. Mas
no Twitter, destaca, ser sexy parece ser importante, notando o uso recorrente
da hashtag #hotJesus.
Já
no site da CNN, a pivot Carol Costello escreve uma coluna de opinião sobre
Diogo Morgado e o seu papel como filho de Deus. Para a jornalista, “claramente
Jesus foi sexy”. No entanto, Costello não deixou de reparar que “Diogo Morgado
é um tipo jeitoso”. “Não quero ser desrespeitosa mas enquanto via o trailer de O
Filho de Deus dei por mim de boca aberta com o actor que faz de Jesus”,
escreve a jornalista para quem o Jesus de Diogo Morgado “se parece mais com o
Brad Pitt do que com aquele homem simpático de barbas que vemos nas pinturas”.
Antes
da estreia do filme, também o New York Times tinha feito esta
reflexão, notando que normalmente nos filmes religiosos a figura de Jesus é
sempre bem-parecida. No entanto, o jornal norte-americano nota que Diogo
Morgado é talvez o Jesus mais sexy que apareceu, comparando-o igualmente a Brad
Pitt. “A sua aparência vai pôr à prova a paciência dos historiadores que dizem
que Jesus, como judeu da Palestina no primeiro século, teria a pele mais escura
do que a cara bonita de Mr. Morgado”, lê-se no New York Times, com quem
Diogo Morgado falou. “É um elogio, obviamente, mas não quero que isso nos
afaste daquilo que tentamos alcançar”, disse o actor português, destacando que
é a história e a mensagem que ela passa que mais interessa. “Se a mensagem de
Jesus era amor, esperança e compaixão, e eu posso trazer isso para mais pessoas
por ser um Jesus mais atraente, então estou feliz com isso.”
Na
série, que percorre algumas histórias da bíblia do Antigo ao Novo Testamento,
Diogo Morgado apenas apareceu ao episódio seis mas no filme, que incluirá cenas
que não foram incluídas na série, o actor tem um maior destaque, uma vez que
este incide exactamente sobre o Novo Testamento.
“Conseguimos
ter connosco a equipa do Gladiador e tivemos de refazer tudo para o
grande ecrã”, disse ao site especializado de cinema Deadline, o produtor Mark
Burnett, explicando que este processo demorou cerca de um ano. À semelhança do
que já tinham feito na promoção da série televisiva, a equipa do filme
reuniu-se com vários líderes religiosos nos Estados Unidos, conseguindo assim
amealhar cinco milhões de dólares (3,6 milhões de euros) em vendas antecipadas
para a estreia de O Filho de Deus.
Os
produtores prepararam ainda uma edição dobrada em espanhol e outra em chinês para
conseguirem chegar a outros mercados. Entretanto, o filme já tem estreia
marcada em 60 países, estando os produtores a apostar no mercado da América
Latina, onde a Semana Santa tem um impacto muito grande. Segundo o The
Wrap, 22% da audiência do filme era de origem hispânica.
O The
Wrap lembra ainda que até à Páscoa ainda vai estrear Noah, o filme de
Darren Aronofsky que conta a história da Arca de Noé. Para a publicação, ainda
é cedo para perceber qual dos dois filmes terá mais impacto nas bilheteiras,
tendo em conta que os dois são do interesse da comunidade cristã. No entanto,
ao contrário de O Filho de Deus, que contou com um orçamento de pouco mais
de 20 milhões de dólares (14,5 milhões de euros), Noah tem tudo para
ser um blockbuster. O filme da Paramount é protagonizado por Russell
Crowe, Jennifer Connelly, Anthony Hopkins e Emma Watson e o seu orçamento foi
de 130 milhões de dólares (94,4 milhões de euros).
Noah só
estreia no dia 28 de Março, no mesmo fim-de-semana que O Filho de Deus estreia
em Portugal, e por isso até lá o filme com Diogo Morgado tem três semanas para
continuar a somar nas bilheteiras. (Jornal Público – 04.03.2013)
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