O
evento, que este ano homenageia Vasco Graça Moura, arranca amanhã na Invicta.
São mais de cem pavilhões nos Jardins do Palácio de Cristal
A
Feira do Livro do Porto começa amanhã, mas há mais de um mês que os pavilhões
estão esgotados. Com as editoras a ocupar todos os cantos dos Jardins do
Palácio de Cristal, a última actualização dava conta da instalação de 106
stands de editoras, alfarrabistas e livrarias. Pela primeira vez em mais de 80
anos, a organização da Feira do Livro deste ano é da inteira responsabilidade
da câmara municipal, pondo um ponto final num dossiê que parecia não ter
solução e pôs em risco a organização do certame, acabando por adiar a sua
realização para Setembro.
Mas
voltemos aos livros, que esses não entram em confusões. Além de um programa que
inclui debates, exposições, concertos e ciclos de cinema, as obras a preço de
saldo estarão concentradas na Avenida das Tílias, o eixo mais marcante do
parque, ladeado pela Biblioteca Municipal Almeida Garrett, onde estão marcados
alguns dos eventos. O primeiro acontece logo dia 11 com uma homenagem a Vasco
Graça Moura, "uma figura que a cidade [...] jamais poderá esquecer",
nas palavras do vereador da Cultura, e a quem vai ser dedicada,
"simbolicamente, uma tília", que fará parte do jardim a partir desse
dia. O escritor e político vai ser a figura central do evento, em torno do qual
se vai realizar a primeira das Quintas de Leitura, uma sessão "com música
e um cordão de leitura", durante a qual serão recordados alguns textos de
Graça Moura.
Apesar
de os livros se manterem a personagem principal da feira, a organização apostou
em actividades paralelas que complementam a venda e dão o mote aos temas
centrais do evento: "Liberdade" e "Futuro". Assim, as
Spoken Words apresentam-se como a novidade deste ano, num cruzamento da palavra
com a performance, num ciclo que conta com a presença de músicos como Capicua,
Adolfo Luxúria Canibal, Osso Vaidoso ou Chullage.
O
cinema não foi esquecido e está previsto um ciclo programado em torno do livro
enquanto personagem de filmes, incluindo obras de realizadores como Truffaut,
Dreyer, Oliveira ou Vicente Minnelli. Para dia 10 está marcado um ciclo dedicado
ao realizador e escritor Pier Paolo Pasolini, acompanhado por uma exposição de
fotografia, em torno da qual serão apresentados debates sobre a sua obra.
Para
as mesas de debate foram chamados nomes do panorama literário, como Gonçalo M.
Tavares, José Pacheco Pereira, Pedro Mexia, Manuel Alegre, Rita Ferro,
Francisco José Viegas, Richard Zenith, Helena Vasconcelos, Clara Ferreira
Alves, Valter Hugo Mãe, Gonçalo Cadilhe e Mário Cláudio, entre outros.
Algumas
das actividades ligadas ao evento não se irão cingir às fronteiras do jardim,
estando prevista a deslocalização de exposições e oficinas para a Rua Miguel
Bombarda, o quarteirão das galerias de arte do Porto.
A entrada é livre e a feira está acessível de
segunda a sexta, dias em que abre às 16h, e ao fim-de-semana, aberta desde o
meio-dia. Os pavilhões encerram as portas às 22h, de domingo a quinta-feira, e
uma hora mais tarde às sextas-feiras e sábados. A Câmara Municipal do Porto já
assegurou a realização da Feira do Livro em 2015, centrada na figura de
Agustina Bessa-Luís. O espaço deve manter-se o mesmo, até porque a autarquia
admite que a opção pelo Palácio de Cristal não foi alheia à proximidade da
Biblioteca Municipal Almeida Garrett, cujo auditório irá permitir ao pelouro da
Cultura "transformar a Feira do Livro num dos grandes festivais literários
realizados em Portugal". (Jornal I – 04.09.2014)
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