A
casa de Aristides de Sousa Mendes, mais conhecida como a Casa do Passal, em
Cabanas de Viriato, vai finalmente ser restaurada. Depois de vários anos ao
abandono, a Secretaria de Estado da Cultura (SEC) anunciou nesta quinta-feira,
numa cerimónia de homenagem ao “Cônsul de Bordéus”, que em breve vão começar os
trabalhos de recuperação.
O
dia foi de festa e de homenagem ao homem que durante a Segunda Guerra Mundial
passou o visto a mais de 30 mil pessoas, permitindo que estas pudessem fugir
aos terrores do Holocausto.
Foi
aliás por causa de um destes sobreviventes que nesta quinta-feira se reuniram
centenas de pessoas em Cabanas de Viriato. Eric Moed, um arquitecto
norte-americano, ficou a saber no ano passado que Aristides de Sousa Mendes
tinha passado o visto ao seu avô. Na mesma altura estava a preparar o projecto
final de curso.
“E
foi então que tudo fez sentido. Assim que o meu avô me contou a sua história,
eu quis saber mais sobre Aristides de Sousa Mendes. Quando vi a Casa do Passal
completamente destruída, percebi que esse seria o meu projecto”, contou ao
PÚBLICO o arquitecto de 25 anos. O resultado final do seu trabalho é uma
instalação à entrada da destruída casa. O objectivo é não só lembrar o acto
heróico do cônsul, como também alertar para o estado de degradação da casa, já
com parte do telhado destruído.
O
plano do arquitecto parece ter resultado e os trabalhos de restauro vão começar
ainda este ano, como anunciou o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto
Xavier, que, apesar de não ter estado presente na homenagem, enviou uma
mensagem. O objectivo, segundo as palavras do secretário de Estado, é que a
Casa do Passal seja no futuro um espaço onde o passado e o futuro se encontrem
para que “aprendamos a dizer: ‘Nunca mais’.”
“Temos
de ter a capacidade de aprender com a história.” A notícia foi recebida pela
população com um entusiasta e longo aplauso. “Finalmente”, gritou-se.
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