Chamam-se
Pulcinoelefante, são feitos manualmente, não há dois iguais. Já são quase 9300
livros editados por este tipógrafo, poeta, pintor, escultor. A Biblioteca
Nacional abriu ontem uma exposição dedicada aos pulcinos.
Houve
um tempo em que Alberto Casiraghy era um tipógrafo infeliz empregado numa
grande tipografia que imprimia jornais. Numa tarde ventosa de 1982 fez um livro
todo manufaturado. Foi o seu dia inaugural e das mãos saiu-lhe Una Lirica,
Una Immagine de Marco Carnà, o primeiro Pulcinoelefante da história. Agora,
mais de nove mil livros e 30 anos de celebridade depois vai ter a sua primeira
exposição em Portugal. 9000 Formas da Felicidade: as Edições
Pulcinoelefante, inaugurou ontem na Biblioteca Nacional, em Lisboa, onde
fica até 31 de janeiro.
Alberto
Casiraghy,62 anos, apresenta-se como um "padeiro de livros", o único
padeiro que trabalha durante o dia, e de facto, desde 1992, em média, tem
editado mais de um título a cada 24 horas... Os livros de Alberto são quatro ou
seis folhas de papel Hahnemühle, tamanho A4, dobradas em A5. Contêm um aforismo
ou um pequeno poema impresso em carateres móveis, e uma ilustração: uma
impressão digital dos desenhos de Alberto, uma xilografia, águas-fortes,
litografias, fotografias, colagens, desenhos e pinturas com todas as técnicas,
ready--mades, esculturas, as intervenções mais variadas. As tiragens vão de 15
exemplares a 30 ou 35, numerados sequencialmente mas não há dois livros iguais.
Alberto
Casiraghy vive ainda na aldeia de Osnago, onde nasceu, junto ao Lago Como,
Itália. A sua casa é também a oficina onde trabalha entre excêntricas máquinas
vindas de séculos passados, tintas, metal e muito, muito papel.
Raramente
viaja, pois são os artistas, os poetas e ilustradores ou as crianças da rua que
vão ter com ele. Gente famosa e gente anónima não interessa. "São pessoas
que me vêm dar a sua arte, a sua companhia e em troca eu ofereço-lhes a minha
arte, a minha casa, a minha comida", contou Casiraghy em entrevista
telefónica ao DN.
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