Há
21 meses que trabalhavam na candidatura e ontem foi o dia de ouvir o
"sim". Com lágrimas, nervosismo e louvores
"A
minha senhora ligou-me logo a dizer que já tinham rebentado os foguetes",
diz Carlos Paraíba, ensaiador do grupo coral da Casa do Povo de Serpa, ao
telefone, de Paris, horas depois de saber que o cante alentejano já faz parte
da lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade. A mulher estava
em Serpa, cidade que promoveu a candidatura do género musical. A confirmação chegou ontem, pouco passava das 10.00 (mais
uma hora em França). À emoção do momento juntaram-se as lágrimas dos 22 homens
que se apresentaram ao Comité Intergovernamental da UNESCO e cantaram Alentejo
Alentejopara mais de 100 delegações internacionais. "Estava tudo muito
comovido, nas era a chorar de alegria", explica.
Carlos
Arruda, 28 anos, lançou a moda, na qualidade de ponto do grupo coral da Casa do
Povo de Serpa. "Foi um misto de sentimentos", conta." Orgulho,
alegria, sentido de responsabilidade, um pouco de nervosismo...". É um dos
mais jovens elementos, e já canta desde os 13 anos, caso raro entre os
cantadores.
Ele
e a comitiva deveriam voltar a Portugal da mesma maneira que chegaram a Paris
na segunda-feira: de autocarro. No entanto, já depois de terem recebido a
confirmação da Unesco, a TAP ofereceu a passagem de regresso aos membros
do grupo e responsáveis da candidatura. E a primeira atuação aconteceu em Orly antes de embarcar no
Voo do Cante, nome dado à viagem. (Diário de Notícias)
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